A produção da indústria de tabaco em Moçambique registou um crescimento de 8,8% até setembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, alcançando 4,591 bilhões de meticais (aproximadamente 74,5 milhões de dólares americanos). Os dados constam de um relatório oficial sobre a execução orçamental até ao final do terceiro trimestre, divulgado na quarta-feira.
Este desempenho supera os 4,222 bilhões de meticais (68,6 milhões de dólares) registados no mesmo período de 2023, aproximando-se da meta de 7,567 bilhões de meticais (122,9 milhões de dólares) definida para 2024. No ano passado, a produção da indústria de tabaco moçambicana, que inclui cigarros filtrados, tabaco homogeneizado ou reconstituído e tabaco para cachimbo, cresceu 23% face ao ano anterior, totalizando 4,475 bilhões de meticais (66,1 milhões de euros ou 72,6 milhões de dólares).
Na campanha agrícola 2022-2023, Moçambique cultivou tabaco numa área de 76.850 hectares, com uma produção de 65.856 toneladas, uma redução de 15% em relação ao ano anterior. Para a campanha 2023-2024, o governo projeta uma área cultivada de 129.321 hectares e uma produção de 81.223 toneladas.
De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em 2023, Moçambique é o terceiro maior produtor de tabaco na região africana, com uma área cultivada estimada em 91.469 hectares. No cenário global, o país ocupa a oitava posição entre os maiores cultivadores, sendo, juntamente com o Brasil, os únicos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) destacados no relatório.
Estima-se que mais de 100.000 pequenos agricultores estejam envolvidos na produção de tabaco em Moçambique, contribuindo significativamente para a economia rural. A empresa Mozambique Leaf Tobacco (MLT) destaca-se como a maior compradora e processadora de tabaco no país, desempenhando um papel central na cadeia de valor deste produto.